Morre Bartolomeu Campos de Queirós
O escritor Bartolomeu Campos de
Queirós, mineiro que teve mais de 50 livros publicados, morreu na madrugada de
segunda-feira, 16/01/2012, aos 67 anos, em Belo Horizonte. De acordo com porta voz
do Hospital Felício Roxo, ele faleceu em decorrência de uma insuficiência renal
que o obrigava a realizar hemodiálises regularmente. Queirós formou-se em
educação e artes e era um estudioso da filosofia, da estética e da pedagogia. A
maioria de seus livros foi escrita para crianças e jovens e alguns ganharam
traduções para o espanhol, inglês e dinamarquês. No ano passado, Queirós
publicou Vermelho amargo, seu primeiro romance. Recebeu diversos prêmios,
entre eles, o Jabuti, o da Academia Brasileira de Letras, o prêmio
Iberoamericano SM de Literatura Infantil e Juvenil, o Grande Prêmio da Crítica
em Literatura Infantil/Juvenil da Associação Paulista de Críticos de Arte
(APCA) e o prêmio da Fundação Nacional do Livro para Crianças e Jovens (FNLIJ).
Além disso, foi finalista, em 2010, do Hans Christian Andersen de Literatura
Infantil, o mais renomado prêmio internacional do segmento. Bartolomeu de
Queirós também participou de diferentes iniciativas para promover a leitura,
como o projeto ProLer, e foi um dos idealizadores do Movimento por um Brasil Literário.
Bartolomeu sempre escreveu em busca do
sentido. Sabia que o mundo, com o avançar doido dos séculos, se deteriora e se
fragmenta. Sabia que as palavras, a cada dia, dão menos conta do que vivemos.
Insistiu em buscar sentidos onde a maior parte dos escritores nada mais vê que
uma turvação. Viveu para isso. Em tempos de tantos escritores céticos, ou mesmo
cínicos, Bartolomeu acreditou na força — na utilidade — da Literatura.
Seu último romance, o esplêndido
“Vermelho amargo”, é uma súmula de suas aventuras na linguagem. Eis a
literatura, como Bartolomeu a concebia. Uma escrita discreta, feita de palavras
sutis, de teimosia afetuosa e de sentimentos tímidos.
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